Série|Crítica - The Handmaid's Tale

Imagem: Google

A série The Handmaid's Tale (O Conto da Aia) é uma série baseada no livro de mesmo título da autora Canadense Margaret Atwood. O livro foi escrito em 1985 e é uma distopia. Nesse post eu não irei dar tanta ênfase ao livro, irei focar na série.

A série é transmitida pelo serviço de streaming Hulu. 

A 1ª temporada é bastante fiel ao livro, com um detalhe aqui e outro ali de diferente. Eu li o livro primeiro e depois eu assisti a série. Confesso que fiquei muito chocada com o conteúdo, e como a trama se desenvolve. A série tem como atriz principal June Osborne (Elisabeth Moss), que faz o papel de uma Aia atribuída à casa do Comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes). Até o presente momento a série possui 3 temporadas. A 3ª temporada foi lançada em 5 de junho de 2019, e a 4ª temporada já foi confirmada pelo serviço de streaming.

Os Estados Unidos não existe mais, agora é o Regime de Gileade como é mencionado no livro e na série. A série é bem dramática, e eu diria que um pouco pesada no quesito violência. Houve uma revolução nos Estados Unidos baseado em trechos isolados da Bíblia, no Velho Testamento, uma revolução completamente extremista. As mulheres de todas as classes são reprimidas de alguma forma, quanto menor a sua casta, menos direitos você tem. 

As mulheres tem suas contas bloqueadas e perdem seus empregos. Tudo é relacionado à religião e ao nome de Deus. A taxa de natalidade tem diminuído bastante e o Governo sofre um golpe de estado, quando a população percebe de fato o que está acontecendo, alguns decidem fugir, mas é tarde demais. Uma guerra civil se instaura na República de Gileade e as pessoas são divididas por classes. O homossexualismo não é permitido, casamentos homossexuais não valem mais. Ou seja, só é permitido casamento entre homem e mulher.

Os Comandantes:

Existe a classe dos Comandantes que são a hierarquia nesse regime, esses Comandantes são casados e geralmente suas esposas não possuem filhos ou não podem engravidar. As mulheres também perdem o direito de ler e escrever (incluindo as esposas - leitura da conhecimento - conhecimento da poder), na segunda temporada, durante uma viagem diplomática ao Canadá, Fred e Serena são recebidos com educação e cortesia, porém, Fred segue com seus compromissos políticos enquanto Serena recebe seu cronograma com imagens ao invés de palavras. Me imaginei nessa situação, eu certamente iria para o muro (ser morta) porque eu não consigo pensar em viver em um local do qual eu fosse privada da escrita e da leitura.  

Serena Joy Waterford (Esposa do Comandante) - Comandante Fred Waterford
Imagem: Google
Cronograma da Serena Joy no Canadá
Imagem: Google

As Marthas:


Existe a classe das "Marthas" que são mulheres que na série usam uma roupa de cor acinzentada. Essas são geralmente mulheres mais velhas, ou que não podem engravidar, ou que não se encaixam em outra classe. As Marthas são responsáveis por cuidar da casa, cozinhar, ajudar a cuidar das crianças e dar assistência as Aias.

Rita (Amanda Brugel) Martha na casa da Serena Joy e do Fred Waterford
Imagem: Google

As Aias:


As Aias são mulheres que segundo a República de Gileade cometeram um "Pecado". No caso da June, ela é casada com o Luke Bankole (O.T. Fagbenle), porém, ele já tinha sido casado antes, como a June é a segunda esposa do Luke, isso é considerado crime e pecado. Em uma época em que a taxa de natalidade é baixa, o fato de June ter dado a luz a uma menina saudável, Hannah Bankole (Jordana Blake), faz da personagem principal uma mulher fértil em Giliade. As Aias usam a cor vermelha, uma cor que chama atenção e facilita a identificação no meio das pessoas e da população de Gileade. 

June Osborne
Imagem: Google

As Aias precisam seguir regras rígidas. Elas vivem em função da vida dos Comandantes e não são chamadas pelo seu nome de origem, exemplo: A June pertence a casa de Fred Waterford e passa a se chamar Offred (Of em inglês é De + o nome do Comandante Fred = De Fred) é isso mesmo, ela é "do Fred", ela pertence a ele. Geralmente uma Aia fica 2 anos na casa de um Comandante até se mudar para outra casa. Mas o mais chocante na minha opinião são as cerimônias. 


A Cerimônia: 

Na primeira vez que eu li a parte da cerimônia no livro eu chorei muito. Na série é ainda mais chocante. As Aias são estupradas uma vez ao mês, em um estupro ritualizado. Essas mulheres não tem escolha nenhuma, ou elas passam por isso ou são enviadas para as colônias para trabalho forçado com material radioativo. 

A higiene é extremamente importante, a Aia toma banho e posteriormente os habitantes daquela casa se reúnem para a leitura da bíblia e uma oração. A cerimônia não tem como intuito prazer sexual. Na série a esposa se senta na cama e a Aia deita na beirada da cama com a cabeça entre as pernas da esposa, as mãos da Aia são seguradas pela esposa, esse ato representa uma só carne. Esse ritual é baseado na história bíblica de Raquel, Jacó e Bila (serva de Raquel) que deu à luz filhos para a Raquel que era estéril. O Comandante não pode ter qualquer tipo de contato com a Aia.

Imagem: Google

Na série depois da cerimônia, a Aia deve ficar com as pernas para cima, apoiadas em um travesseiro, porém, Serena Joy humilha Offred e manda que ela levante e saia. June (Offred) em um dado momento em seu quarto depois da cerimônia, descreve que o gozo de seu Comandante está escorrendo entre as suas pernas, ela diz também que consegue sentir o cheiro. É nojento.


As Aias em momento nenhum podem ter relações sexuais fora do ritual, isso é considerado muito grave, um ato pecaminoso, fornicação. A função da Aia é a procriação, sem contato físico, sem amor ou qualquer coisa do tipo.

The handmaid's tale é uma série chocante, apesar do absurdo que tanto o livro quanto a série apresentam, faz com que a gente reflita sobre várias coisas do nosso cotidiano.

A gente acompanha também a saga incessante de June (Offred) para encontrar sua filha Hannah.

As Tias:

As Tias são mulheres mais velhas, algumas se voluntariaram para o cargo, são mulheres que preparam as Aias. Essas mulheres usam uma roupa de cor marrom. Elas são responsáveis pela lavagem cerebral das Aias, ajudam na preparação para o ritual... Elas são responsáveis também pelo centro vermelho, lugar aonde as Aias aguardam para serem enviadas para um novo posto. Quando uma Aia não "se comporta bem" as Tias cuidam das punições, e cá entre nós, as punições são bizarras. 

Tia Lydia (Ann Dowd)
Imagem: Google

Eu tentei resumir ao máximo a grandiosidade dessa série. Mas nada substitui a experiência  de ler ao livro ou assistir a série. É impactante. Mas eu recomendo de olhos fechados, vale super a pena ler e assistir. 

Você encontra a 1ª e 2ª temporadas no Globoplay.

Espero que tenham gostado, beijos e até a próxima!



Livro|Lifestyle - Vidas muito boas - As vantagens do fracasso e a importância da imaginação

Foto: Bárbara Bertoldo

J.K. Rowling é a minha escritora favorita da atualidade. A história de vida dessa mulher é incrível, ela foi do céu ao inferno e a partir de uma ideia criou a saga Harry Potter. A escrita dela é gostosa de ser lida, cheia de reviravoltas, bom humor e muito sacarmo. Quando eu sei  que a J.K. vai lançar um livro, eu já sei que o livro será bom.

Vidas muito boas é o discurso que a J.K. fez para os formandos de Harvard, nesse discurso ela fala de fracassos, sucessos e de que o diploma da faculdade não é garantia para um bom emprego ou uma vida boa. Mas esse discurso me fez repensar sobre vários momentos na minha vida, em como eu tenho tomado as decisões e principalmente, deixar de fazer aquilo que eu gosto para agradar aos outros. 

"A primeira coisa que gostaria de dizer é "obrigada". Não só a Harvard me conferiu uma honra extraordinária, como as semanas de medo e náusea pensando neste discurso de formatura me fizeram emagrecer. Uma situação em que não há perdedores! Agora, só preciso respirar fundo algumas vezes, olhar para as bandeiras vermelhas e me convencer de que estou na maior reunião da Grifinória do mundo." J.K. Rowling 

O que mais me chamou atenção no discurso foi dar importância a imaginação, o que nem sempre é levado a sério. Muitas vezes deixamos a imaginação de lado pelo simples fato de seguir com o "protocolo". Eu mesma, sempre tive vontade de escrever, mas acabei deixando de lado para trabalhar, fazer faculdade e seguir com a profissão. Foi o que a minha família esperava de mim e o que eu julgava certo. Não estou arrependida e tenho gratidão por ter me formado em Letras Inglês. 

Hoje, desejo muito mais do que eu desejava antes de entrar na faculdade. Ler é a minha paixão e eu quero ler o máximo de livros que eu conseguir. A cada dia que passa tenho gostado mais e mais de escrever, então esse livro tem muito a ver comigo, com a minha personalidade. Os pais da J.K. esperavam que ela fizesse um curso profissionalizante e que tivesse um emprego, já que eles vieram de origem pobre.  Os pais e a família só querem o nosso melhor, na maioria dos casos. J.K decidiu estudar Literatura Inglesa, se casou e teve uma filha. Seu casamento foi um fracasso, ela perdeu tudo, e viveu da ajuda do governo. 

Em meio ao caos, J.K. escreveu uma das sagas de maior sucesso no mundo, ela não esperava por esse sucesso todo. O fracasso faz parte da vida do ser humano, faz parte do crescimento. Quando fracassamos, passamos a enxergar a vida sob uma perspectiva diferente e se soubermos aproveitar esse momento, por mais doloroso que seja, podemos criar boas ideias a partir da imaginação. 

Foto: Bárbara Bertoldo

"Gostaria de deixar claro, entre parênteses, que não culpo meus pais pela perspectiva deles. Existe um prazo de validade para culpar os pais por guiarem vocês para o lado errado: no momento em que vocês têm idade para assumir o controle, a responsabilidade é sua. Além disso, não posso criticar meus pais por torcerem para que eu nunca vivesse na pobreza. Eles mesmos eram pobres e antigamente eu era pobre, e concordo plenamente com eles que não é uma experiência enobrecedora. A pobreza acarreta medo, estresse e às vezes depressão; significa mil humilhações e pequenas dificuldades. Sair da pobreza por seus próprios esforços - isto é motivo de orgulho, mas a pobreza em si só é romantizada pelos tolos." - J.K. Rowling

Esse é o melhor trecho do discurso na minha opinião. Você assumir o controle... a responsabilidade é sua... isso é muito verdade. Ninguém vai fazer nada por você a não ser você mesmo. É tão bonito ver alguém que luta por seus ideais, é inspirador. Se você tem um sonho, um desejo, corra atrás, acredito que vale a pena. 

Vou parando por aqui porque vale a pena ler o discurso e sentir a mesma emoção que eu tive quando li pela primeira vez. Esse é um dos meus livros de cabeceira e sempre que posso leio novamente. 

Foto: Bárbara Bertoldo
Espero que tenham gostado, beijos e até a próxima ;)

Ficha Técnica: 
Número de páginas: 70
Ano de lançamento: 2015
Gênero: Auto-ajuda 
Editora: Rocco 
Sinopse: Quando foi convidada a fazer o discurso de paraninfa na Universidade Harvard, J.K. Rowling escolheu falar à turma de formandos sobre dois temas que lhe são muito caros: os benefícios do fracasso e a importância da imaginação. Ter a coragem de fracassar, disse ela, é tão fundamental para uma vida boa quanto qualquer medida convencional de sucesso; imaginar a si mesmo no lugar do outro - em particular de alguém menos afortunado - é uma virtude exclusivamente humana a ser alimentada a todo custo.

Onde Comprar: Amazon | Cultura | Submarino


Livros - A Princesa salva a si mesma neste livro

Esse é um tipo de achado em livraria que emociona a alma. Passeando pela Cultura, como quem não quer nada, encontrei uma pilha de livros que me chamou atenção pela capa e pelo nome peculiar para um título de livro. Decidi então investir, e para minha surpresa, que livro fofo e maravilhoso.


Amanda Lovelance é poeta e vive em Nova Jersey com seu noivo, formada em Literatura de língua Inglesa, é autora do grande sucesso "A princesa salva a si mesma neste livro". Fã de Harry Potter (pontos para ela!), a autora mostra toda a sua sensibilidade em um livro de poesias.

"tenho
tanto amor
para dar,
mas niguém
nunca
o quis."
- um copo transbordando

O livro é publicado pela editora LeYa no Brasil, dividido em quatro capítulos que falam de poesias sobre amor, inspirações, sofrimento redenção e que nós podemos escolher nosso final feliz tudo com muita leveza.

Recomendo fortemente esse livro, ele pode ser uma grande lição de vida e mudança de perspectiva, ou somente o empurrãozinho que a vida está precisando.

As pessoas andam tão distantes umas das outras, egoístas, pensam em si o tempo inteiro. Falta um pouco de empatia também. Esse livro mostra como a gente pode ser forte em meio a várias provações que passamos pela vida. Problemas todos nós temos, a forma de como encaramos esses problemas é que faz toda a diferença. Em um mundo aonde a depressão e a ansiedade estão cada vez mais recorrentes, devemos lutar para aproveitar o que a vida tem de melhor para oferecer.



“você pode
me odiar
para sempre
se é isso
que realmente quer,
mas
amigos
não deixam
amigos
tornarem-se
dragões sonolentos,
não
quando
as marcas das garras
eram tão frescas
quanto às
minhas.”

-machucar os outros é uma opção



Fica a dia de um livro sensacional, que fala dos problemas da vida de um forma simples e bonita, tudo em forma de poesia. Você pode encontrar a autora como 'ladybookmad' no Instagram, Twitter e Tumblr.

FICHA TÉCNICA
Onde comprar: Amazon | Livraria Cultura | Submarino | Saraiva

Número de páginas: 208
Ano de lançamento: 2017
Gênero: Poesia
Sinopse Oficial: Amanda Lovelace, é comparado ao fenômeno editorial, de Rupi Kaur, com o qual compartilha a linguagem direta, em forma de poesia, e a temática contemporânea. É um livro sobre resiliência e, sobretudo, sobre a possibilidade de escrevermos nossos próprios finais felizes. Não à toa ganhou o prêmio Goodreads Choice Award de melhor leitura do ano de 2016, escolha do público.A princesa salva si mesma neste livro, Outros jeitos de usar a boca.

Esta é uma obra sobre amor, perda, sofrimento, redenção, empoderamento e inspiração. Dividido em quatro partes (“A princesa”, “A donzela”, “A rainha” e “Você”), o livro combina o imaginário dos contos de fada à realidade feminina do século XXI com delicadeza, emoção e contundência. Amanda, aclamada como uma das principais vozes de sua geração, constrói uma narrativa poética de tons íntimos e cotidianos que acolhe o leitor a cada verso, tornando-o cúmplice e participante do que está sendo dito. Acessível e de fácil compreensão, seu A princesa salva a si mesma neste livro vai tocar os corações até mesmo de quem não gosta ou não tem o hábito de ler poesia, pois aborda sentimentos comuns a qualquer ser humano, principalmente às mulheres.

Designed by FlexyCreatives